Confira entrevista com Silvio Barros candidato a prefeito de Maringá pelo PP
Maringa.Com realiza uma série de entrevistas com todos candidatos abordando temas como segurança, cultura, mobilidade urbana, entre outros.
Com as Eleições Municipais se aproximando, o Maringa.Com realiza uma série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Maringá abordando diferentes temas como segurança, cultura, mobilidade urbana e mais.
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Considerando a ordem alfabética dos cinco candidatos, o último entrevistado é Silvio Barros. Barros vai disputar seu terceiro mandato pela coligação "Maringá merece mais", formada pelo PP, Podemos, PL, PRD 25 e Republicanos. A vice será a farmacêutica Sandra Jacovós.
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As eleições municipais ocorrerão em todo o Brasil, exceto o Distrito Federal e o arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, para definir os próximos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
O primeiro turno do pleito será realizado no dia 6 de outubro e, caso necessário, o segundo turno está previsto para 27 de outubro. As votações serão abertas a partir das 8h e encerram às 17h, considerando o horário oficial de Brasília.
Confira, a seguir, as respostas do candidato Silvio Barros.
A violência no centro de Maringá tem sido uma grande preocupação dos moradores. Como seria possível garantir maior segurança pública na região?
A sensação de insegurança é a principal reivindicação dos moradores de todos os bairros, inclusive do centro. Ouço isso por toda a cidade, desde o ano passado, quando comecei a me reunir com os maringaenses, na Caravana Progressista.
As ações para reverter a situação são várias e integradas. Entre os meus principais compromissos, estão: a reativação e a implantação dos módulos policiais nos distritos e nos bairros; a convocação imediata de guardas municipais aprovados em concurso público; mais investimentos no monitoramento por câmeras de segurança, que vai integrar os equipamentos particulares ao sistema, criando uma barreira digital; a criação do programa "Segurança Presente", integrando ações das diversas forças de segurança e fortalecendo a articulação do CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança de Maringá).
Além disso, o reforço da iluminação em pontos que são considerados críticos, como existem na área central, para inibir atitudes criminosas.
Quais iniciativas de assistência social poderiam ser adotadas para amenizar o número de moradores de rua em Maringá?
Ações integradas que, em primeiro lugar, acolham essas pessoas como elas realmente são: pessoas.
O município tem condições de fortalecer uma rede multiprofissional de busca ativa para atender e, principalmente, entender as razões pelas quais essas pessoas chegaram à situação de rua.
O encaminhamento e a reinserção daquelas que assim quiserem é um trabalho conjunto para as secretarias de Assistência Social, de Saúde, de Emprego e Renda, e, também, por meio de parcerias com entidades assistenciais e de classe.
Ninguém chega nem permanece na rua por único fator. Então, enxergar essas pessoas como um problema de segurança ou simplesmente de estética para a cidade, definitivamente, não é o primeiro passo para ajudá-las nem para resolver a questão.
Além do setor cervejeiro, que outros potenciais turísticos de Maringá poderiam ser explorados para atrair mais visitantes?
São muitos. Mas vou comentar sobre um que, com certeza, encanta bastante os maringaenses e, até por isso, se torna uma proposta bastante viável: a música.
Maringá tem o título de Cidade Canção e pode fazer jus a ele, se utilizando da música como grande alavancador de turismo.
As milhões de pessoas que vão a Nashville, por exemplo, vão justamente por causa da música. Por lá, existem espaços culturais, teatros e até museus dedicados ao tema.
Então, por aqui, nosso plano de governo prevê incentivar e atuar ativamente para criar escolas de música, criar novos espaços para shows e apresentações e - por que não? - atrair fábricas de instrumentos musicais para a cidade.
O mercado da música tem uma cadeia produtiva muito grande e Maringá pode buscar sua inserção neste espaço, alavancando o entretenimento, a rede hoteleira, a rede de restaurantes e a economia, como um todo.
Nossa Cidade Canção também será nossa Cidade Palco, utilizando de maneira cultural nossos parques e praças.
As atividades culturais têm se intensificado na cidade durante os últimos anos. Há algum projeto que vise a ampliação do setor ou que promova maior incentivo às manifestações artísticas de Maringá?
Eu sou um grande apreciador e estimulador da cultura. Aliás, das diferentes culturas. Maringá tanto possui quanto vivencia e consome uma pluralidade de matrizes e de manifestações, que é muito rica.
Ou seja, este é um capital nosso e que, obviamente, continuará sendo valorizado e estimulado.
Entre as principais ações previstas no meu Plano de Governo, estão: a recuperação de espaços públicos culturais; a implementação do Programa “Fábricas de Cultura”, equipadas e em ambientes estimulantes, constituindo um HUB para maringaenses criativos e inovadores; e, também muito importante, a ampliação das modalidades de editais para financiamento da produção cultural local.
O transporte público de Maringá é alvo de críticas constantes referentes aos preços e itinerários. Como a prefeitura poderia influenciar ou mudar a qualidade do serviço prestado pela TCCC, visto que é a única empresa disponível na cidade?
O atual modelo de concessão do transporte público é um problema para Maringá e para outras centenas de cidades brasileiras.
Com a chegada dos aplicativos de mobilidade e com o crescimento do uso de bicicletas, por exemplo, parte da população mudou completamente o jeito de se deslocar.
Isso tirou quase metade do total de passageiros dos ônibus, tornando a operação desinteressante para as empresas e, pior, onerosa para os municípios, que se veem obrigados a subsidiar a tarifa para não sobrecarregar ainda mais quem depende dos ônibus.
E a solução, então? Como eu tenho repetido aos maringaenses, nós vamos estudar a viabilidade de implantar a tarifa zero, a exemplo do que já acontece em cidades do mundo todo - até mesmo em cidades da nossa região, como Cianorte.
É um tipo de investimento público com compensações vantajosas tanto para a população, que se sente atraída a utilizar o transporte coletivo, quanto para a cidade, como um todo, que vê o trânsito descongestionar em razão do menor uso de veículos individuais e a malha asfáltica ter maior durabilidade.
Nós vamos reestruturar o sistema e melhorar a qualidade do serviço oferecido, inserindo Maringá no mapa dos municípios que têm o transporte por ônibus como grande aliado de solução para a mobilidade urbana.
Quais obras ou reformas públicas serão priorizadas em seu possível mandato? Há algum projeto em mente?
São muitas as demandas e em vários setores da administração municipal. Vou começar pela Saúde, que tem sido bastante questionada em relação à estrutura física para o atendimento da população.
Tenho como compromissos: a construção das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] nas zonas Leste e Oeste da cidade, e a implantação do Centro de Atendimento Pediátrico.
Mas é claro que o maringaense também pode esperar grandes obras de mobilidade urbana, a exemplo daquelas que realizamos entre 2005 e 2012. Todas - e são muitas - estão registradas no Plano de Governo.
Aqui, de maneira resumida, eu quero destacar para o leitor: a duplicação do Contorno Sul, entre o bairro Cidade Alta e a rodovia BR-376; a construção do chamado “mergulhão” no trevo de acesso a Sarandi, interligando os Contornos Norte e Sul, descongestionando o trânsito na rotatória; a construção do viaduto para interligar a Avenida Arquiteto Nildo Ribeiro da Rocha com a rodovia PR-323, no acesso à Paiçandu; e a duplicação da Avenida Paranavaí, no Parque Industrial Bandeirantes.
A mobilidade urbana sustentável tem sido um dos grandes destaques de Maringá. Há previsão para ampliação de malhas cicloviárias ou novos projetos que priorizem uma locomoção menos poluente?
Sustentabilidade, como vocês sabem, é o centro da minha atuação profissional como engenheiro e consultor. É, acima de tudo, uma paixão pessoal.
E, sendo assim, eu garanto: no que depender da prefeitura, Maringá vai aprimorar e ampliar as políticas públicas que regulamentam e estimulam a mobilidade sustentável.
Isso envolve a recuperação e a ampliação da rede de ciclovias - avenidas Guaiapó, Carmen Miranda e Cerro Azul, por exemplo - e a implantação de uma rede de bicicletas compartilhadas.
E inclui, também, a adoção de medidas que conscientizem a população para utilizar o transporte coletivo, os aplicativos para viagens compartilhadas e os chamados “carros compartilhados”, que já são realidade em outros países e são perfeitamente adaptáveis à nossa cidade.
Na sua opinião, caso eleito, qual será o principal desafio a ser enfrentado durante a administração de Maringá?
Na minha opinião e na opinião da grande maioria dos maringaenses, é a segurança pública. Por ser o maior desafio, também é a prioridade do próximo mandato.
As ações para vencer os obstáculos já estão planejadas, conforme conversamos na pergunta específica sobre este tema. Mas existem desafios em todas as áreas: Saúde, Zeladoria Urbana e Assistência Social, por exemplo.
Outro ponto-chave para Maringá, neste momento, é a desburocratização dos processos. Ou seja, o município precisa pensar à frente e agir agora, neste instante, para destravar a economia e estimular novos investimentos na cidade.
Estou em contato direto e diário com a população, ouvindo, anotando e pensando em soluções para tudo isso.
E, do ponto de vista pessoal, eu acredito que seja um desafio e, por isso, vou dedicar atenção especial às políticas públicas que tratam do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Por isso, já fiz constar como compromisso do Plano de Governo a capacitação dos servidores e dos profissionais a serviço do município para acolher e atender adequadamente este público.
E, é claro, tão logo assuma a prefeitura, vou me reunir com as equipes técnicas da Saúde e da Educação, principalmente, para que Maringá aprimore e amplie a atuação multiprofissional, com sensibilidade e conhecimento, para os autistas.